Aos 24 anos, só agora pude perceber o que realmente significa o natal. Alguns podem achar bobeira, ou que demorei muito pra perceber, mas estou muito feliz por ter chegado à essa definição do que é o natal para mim, Fábio Rossi.
Sempre fui obrigado a passar o natal em casa, por causa do meu pai. Se eu falasse em sair, ou se quer pensasse nisso, ele enchia muuuuuito meu saco, e o natal acabava pra mim, até mesmo antes de começar! Ele queria que eu ficassem em casa o vendo comer e dormir, e respirando a maldita fumaça do seu cigarro, antes Minister, depois Derby.
Então, quando muito eu ia pra pracinha e ficava lá conversando fiado por meia hora, e quando o pessoal saía pra noitada após a ceia, eu ia pra casa ficar confinado.
Ano passado ele faleceu em outubro, e ficamos só minha mãe e eu. Nem árvore de natal minha mãe quis colocar, o clima não ajudava!
Mas este ano, tudo mudou!
Tudo o que eu aprendi e que me fez e me faz crescer como pessoa, aprendi na rua ou com o Sr. Roberto Bolaños pela TV. Nunca aprendi nada de bom em casa, como valor de família, ou religião, ou qualquer outra coisa que as pessoas dizem por aí que aprendemos com a família.
A rua sempre foi meu refúgio. Ao contrário da grande maioria que encontra seu refúgio em casa, o meu sempre foi a rua. E por causa disso, fiz muitos amigos na rua. A grande maioria desses amigos, são de infância. Brincar, jogar bola, apertar o interfone e sair correndo... sabe? Coisas de criança, e que hoje sempre que nos reunímos, ficamos lembrando com muito carinho e alegria.
Pois então, dia 23, anteontem, eu encontrei alguns desses amigos na rua (óbvio) e eles me convenceram a fazer duas coisas no dia seguinte: ir à tarde no bar do Tetel (local tradicional de bebedeira verspentina) e à noite no Clube Laranjal, famoso "Chifre de Ouro" ou "Clubinho".
Decidi fazer isso pela primeira vez, sair com a galera, já que antes eu era obrigado a ficar em casa.
E fui, de tarde no Tetel, encontrei váááááários amigos por lá, bebendo e confraternizando. À noite, fui rangar na casa do Espectro, onde sempre fui muito bem recebido, e me sinto bem lá.
Depois disso, voltei pra casa e dei aquela cochiladinha antes de ir pra grande noitada!
Subimos pro Clube, entramos, bebemos horrores, e encontramos muita gente conhecida por lá. Mas pra ser sincero, o melhor momento foi a volta pra casa. Viemos zuando MUITO na rua, como sempre fazíamos nas voltas de outros eventos. Viemos gritando, chutando tudo o que tinha pela frente, rolando no chão, dando bolinho de arroz (montinho para quem não é da época), e acima de tudo, FELIZES por estarmos com nossos amigos. E foi aí que eu cheguei à minha conclusão do que é o natal para mim.
O Natal é a época do ano em que nós devemos estar com quem mais gostamos, independente de ser a família ou não. Quantas pessoas da mesma família se odeiam, mas passam o natal juntas, sendo falsas umas com as outras?
O natal também serve para que nós reflitamos sobre nossas vidas, e tentemos pensar no futuro que nos espera. É quando você pára pra pensar "Será que no próximo natal, essas mesmas pessoas de hoje, estarão aqui novamente?"
Sim, meu caros, a vida passa. A vida segue. E pessoas não conseguem acompanhar. Por tanto, temos que aproveitar nossos amigos sempre ao máximo enquanto estão todos bem, juntos e ao nosso alcance.
Percebi que a minha felicidade depende deles. Talvez por isso, quando estou longe, lá naquele inferno de cidade grande, eu fique tão infeliz e revoltado.
Meu lugar é aqui, junto com eles, zuando, e passando mais e mais natais juntos!
O Natal é isso, e Santa Claus, que me esqueceu mais um ano, que vá pra puta que o pariu!
Um comentário:
Cheguei bem depois do Natal, mas fico feliz por ele começar a fazer sentido pra vc. Feliz Natal todos os dias, com esse espírito de festas o tempo todo.
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